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Niver de 2 anos do Sound rock bar!!

segunda-feira, 25 de julho de 2011.
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Gothic Party SEVENTH EDITION ESTÀ VINDO!!! Em breve mais informações!

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PLANETA SÃO PAULO ESTÀ QUENTE!!!!






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Rebelião de Nogá

Por: Vieira Silva
Síntese

Rebelião de Nogá é uma literatura fictícia, os incidentes descritos, se deram entre titãs sobrenaturais, que em busca de poder e domínio, travaram batalhas ferrenhas, que provocaram profundas alterações em toda ordem da estrutura cósmica; moral, espiritual e geográfica; culminando nesta condição atual.
Creio que Nogá, seja para o público em geral, principalmente, para aqueles que possuem curiosidades pelo misterioso.
Ao terminar a leitura, verá que em tempo remoto houve grandes guerras angelicais, infelizmente, certificará que elas persistem em nossos dias, com confrontos entre anjos e anjos, e, anjos e humanos.
O leitor participará de reuniões, onde são traçadas intrigantes estratégicas de lutas, que resultam em terríveis embates, em que as armas são manejadas com a força e poder de combatentes sobrenaturais. Os episódios sucederam, antes e depois da criação do mundo que conhecemos.
Nos primeiros atos, são descritos anjos de alta hierarquia, de aparências bizarras; a seguir, a determinação de Nogá, o Príncipe, em se tornar senhor absoluto do cosmo; mas ao se rebelar, começa sofrer paulatina mutação, que se estende a todos que comungam com ele

Impresso
R$ 42,97

Ebook (PDF)
R$ 9,65

Autor: Vieira Silva Tema: Ficção Palavras-chave: anjos., guerra, lutas, querubins, rebeliaão, serafins, titãs
Número de páginas: 188
Peso: 278 gramas
Edição: 1(2011)
Acabamento da capa: Papel Couché 300g/m², 4x0, laminação fosca.
Acabamento do miolo: Papel offset 75g/m², 1x1, cadernos fresados e colados (para livros com mais de 70 páginas) ou grampeados (para livros com menos de 70 páginas), A5 Preto e Branco.
Formato: Médio (140x210mm), brochura com orelhas. 

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30 Dias de Noite 2 : Dias Sombrios




  • Sinopse
    Um ano após a população de Barrow, Alasca, ter sido dizimada por vampiros, Stella (Melissa George) se muda para Los Angeles, onde, intencionalmente, atrai a atenção do grupo de vampiros locais a fim de vingar a morte de seu marido Eben. Para isso, ela conta com a ajuda de um grupo de caçadores de vampiros. Eles vão atrás de Lilith (Mia Kirshner), uma poderosa vampira que foi responsável pelo ataque no Alasca. Com tom de vingança e muita perseguição, é melhor assistir ao filme bem acompanhado.
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CINEMA DE HORROR/ por Joaquim Ghirotti

Horror: Definições *

"Aqui está a verdade final sobre os filmes de horror. Eles não amam a morte, como alguns tem proposto, eles amam a vida. Eles não celebram a deformidade, mas, habitando a deformidade, cantam a saúde e a energia. Eles são os purificadores da mente, tirando não rancor, mas ansiedade" Stephen King, "Dança Macabra".

"A emoção mais forte e mais antiga do homem é o medo, e a espécie mais forte e mais antiga de medo é o medo do desconhecido. Poucos psicólogos contestarão esses fatos e a sua verdade admitida deve firmar para sempre a autenticidade e dignidade das narrações fantásticas de horror como forma literária" Howard Phillips Lovecraft, "O Horror Sobrenatural na Literatura".

Mas o que é o verdadeiro horror? Ou melhor, o que é, em qualquer caso, o horror? O que é este sentimento um tanto quanto proibido, letal, desesperador, que seduz e atrai a humanidade a séculos? Como ele se propagou através dos tempos? Como cada época tem o seu horror pessoal? O que é o horror agora? O que foi o horror antes? E como era (e foi o horror) quando surgiu o cinema?.

Desde os imemoriais tempos das cavernas o homem, seduzido pelo que não pode entender, retrata o que teme. Não eram raros os desenhos e rabiscos demonstrando o perigo das florestas e das caçadas. Trovões, relâmpagos, chuvas, erupções vulcânicas, terremotos, tufões, eclipses e toda sorte de manifestação das intempéries da natureza eram interpretados como sinais dos deuses (ou de demônios). Sinais vingativos, de aproximação do fim, punições, castigos místicos que o homem não conseguia entender. A floresta não passava de uma enorme ratoeira humana.

Lá, na escuridão, entre as folhas, os sons dos animais sibilantes e os olhos vermelhos que observavam, vivia o verdadeiro mal. A floresta era em si um organismo vivo, que, ao anoitecer, tragava os que se aventuravam em suas entranhas. Assim também era o mar, um ambiente inóspito, turvo, escuro e incerto, povoado por estranhos animais. O mar, assim como a floresta, tragava o homem para sua profundeza interminável e assustadora. A morte, o fim da vida, o incerto, a dúvida. Essa sempre foi, e será, a base do horror.

Cada momento histórico teve seus horrores. Da mesma forma que em eras medievais temeu-se a própria encarnação do demônio (se pudessemos inalar o ar medieval ao observar uma linha temporal, com certeza sentiríamos em nossas narinas o inquietante aroma de carne queimada) e iniciou-se a maior onda (e desenvolvimento de mitos e lendas) de superstições a cerca da existência de seres malignos prontos a corromper e danar a raça humana. Esses demônios acabaram sendo a projeção dos próprios medos e antagonismos, paradoxos e incongruências humanas.

A Santa Inquisição, órgão católico criado para manter a hegemonia da igreja, espalha o terror com suas torturas e mortes. Acontecimentos e fatos históricos permeados pelo macabro não são novidade na história da humanidade. Mesmo contos infantis como os dos irmãos Grimm, Han Christian Andersen e outros continham lições mórbidas. Os irmãos Hansel e Gretel são deixados a mercê de uma bruxa canibal. Chapéuzinho Vermelho é molestada pelo primeiro lobo que se disfarça como um homem. Nossa cultura sempre esteve permeada pelo macabro.

O medo do novo, das novas teorias, dos cientistas, das descobertas, da possibilidade de estarem errados, levas esses clérigos medievais, bem posicionados socialmente, acomodados e satisfeitos com sua situação dominante a um sentimento de... Horror. O Horror é o que ainda não conseguimos explicar, o horror é aquilo que não entendemos, o horror é o que não conhecemos, é o que nos ataca, nos altera, nos mata, e deixa a nós acuados, sem saber o que fazer. O Horror é o que nos domina, sem que possamos fazer nada. Mas junto do misterioso, do fantástico, do sobrenatural, do aterrorizante, sempre há uma ligação, uma atração ao misterioso, pelo desconhecido, pelo inexplicável.

O cinema, por sua vez, sempre tentou retratar o horror, e a maneira que este nos atinge. Iniciando seu processo de exploração do indizível e desconhecido no horror gótico do século XIX (Drácula, Poe, Lovecraft, Carmilla, W.W. Jacobs, Maupassant, Bierce, etc) e chegando até o horror Cyberpunk dos anos noventa (Alien, Predador, Resident Evil), uma coisa foi constante na película: Medo.

Vamos explorar o início do Horror nos filmes, suas causas, suas conseqüências, sua importância.
Venha, pegue na minha mão, está escuro mas você não deve ter medo. Eu vou lhe mostrar o verdadeiro horror...

Princípios

Poucos contestarão a idéia de que o medo e o terror são estados ideais a serem retratados pelo cinema. Que outra mídia poderia captar os sons, as imagens, os climas e situações que compõe o genuíno terror de maneira mais fidedigna? O espectador senta-se em silêncio numa sala escura.

Há um certo desligamento de consciência, um desprendimento, uma disposição a aceitação a fantasia. Neste estado de relaxamento, nosso subconsciente toma um pouco do controle, a espécie de "torpor" que o cinema nos leva propicia uma pequena janela, pela qual nossa irracionalidade pode tomar, mesmo que apenas um pouco, o controle.

Essas fantasias, aparentemente sem significado, passam a ser o nosso primeiro plano de percepção dentro da sala escura. O "censor" que age sobre o nosso subconsciente está adormecido, e nossos desejos, medos e anseios tem um acesso maior a nossa mente. De maneira geral, o cinema fantástico é visto como um entretenimento, algo superficial, um gênero de pouca importância, puro escapismo.

Mas devemos perceber que se estamos escapando de algum lugar (de nossa realidade cotidiana) também estamos escapando para algum lugar, para nossos edos. Logo podemos ver, então, que o horror, assim como todo gênero fantástico, não é apenas "escapismo". O horror sempre retratou os medos, o proibido, o tabu de sua respectiva época, e se ele tem algum valor social que o redime de sua característica "escapista", com certeza ele consiste em sua habilidade de captar e reproduzir a patologia de seu tempo.

Desde cedo, portanto, passamos a ter manifestações do que era até então um rico gênero literário concretizadas na tela. O conceito vigente de horror em meados do século passado (XIX), quando os primeiros experimentos com sais de prata foram realizados, levando a descoberta da fotografia, e o aperfeiçoamento das técnicas de captação de imagem até o surgimento do cinema, era, naturalmente, o horror gótico.

Analisemos pois, brevemente, esta tão cultuada vertente.

O Horror Gótico


O termo "gótico" foi aplicado a este tipo de horror muito depois que sua importância se deu em matéria de produção constante. Trata-se do horror com "classe", "chique" , "estiloso" o antigo horror europeu, de cadeiras de couro, cortinas de veludo e mortes com pouco sangue. O Horror gótico, de maneira geral, centra-se em cenários típicos da Europa medieval: Castelos, afastadas mansões mal-assombradas, pequenos vilarejos no interior da Europa. Homens de cartolas e fraques, damas de longos vestidos e cabelos bem arrumados, velas com sua luz amarelada, afastando (mas não muito) a escuridão, carruagens, longas capas negras, teatros mal-assombrados, seqüestros, lutas de espada, festas a fantasia com máscaras aterrorizantes, fantasmas nos esgotos de Paris, assassinatos misteriosos e corvos negros que repetem "nunca mais" e sempre um pequeno filete de sangue rubro compõe o clima desse tipo de Horror. Temos como obra literária marcante do horror gótico (pouco antes da invenção do cinema) o conhecido Drácula, de Bram Stoker, que estabeleceu o padrão (mais tarde estereotipado) do gênero. Os escritos do americano Ambroise Bierce (desaparecido após ir para a guerra no México, no inicio do século vinte. Curiosamente, Bierce tem inúmeras histórias de horror que lidam com desaparecimentos) Edgar Alan Poe, Guy De Maupassant, Arthur Conan Doyle, Mary Shelley, Robert Louis Stevenson, Anatole France, M. G. Lewis, Charles Maturin e muitos outros deram a base para o surgimento dos primeiros fotogramas de terror.

Surge o Cinema de Horror

De certa forma, a primeira exibição pública feita pelos irmãos Lumiére teve o efeito de um filme de terror. Quando "A chegada do trem a estação" foi exibido, causou-se frenesi e inquietação entre os presentes, pois muitos chegaram a proteger-se do trem, que parecia poder romper a tela e invadir o recinto. Esse elemento chocante sempre esteve presente no cinema, a função de supresa, de quebra com o tradicional, de emulação da realidade (com intensificação da catarse e da participação do público em seus momentos agradáveis... e no caso do horror, nos desagradáveis) é parte da própria definição de o que deve ser o cinema.
O primeiro filme de horror propriamente dito, é provavelmente "The Devil's Castle", de George Mélies, onde o demônio é representado (de maneira um tanto o quanto cômica) por um morcego. Mélies, um mágico e dono do Teatro Robert-Houdin em Paris, entrou em contato com o cinema logo na primeira exibição pública feita pelos irmãos Lumiére, em 28 de Dezembro de 1895. Em fevereiro do ano seguinte ele adquiriu sua primeira câmera, e começou a fazer seus filmes em Maio do mesmo ano.

A tecnologia no cinema estava sendo apenas desenvolvida, e Mélies inventou e estudou inúmeros mecanismos para criar os mais diversos efeitos. Seus estudos de múltipla exposição do filme são conhecidos (criavam o efeito de se ver objetos e pessoas aparecendo e desaparecendo a distanciam ou mudando de forma). Mélies foi o primeiro cineasta a tocar de maneira séria no cinema fantástico, e, com seus projetos e engenhos, conseguir resultados e efeitos interessantes.

Sua abordagem dos mitos do monstro do pólo norte, vampiros, viagens espaciais e outras ficções improváveis permanecem como o exemplo clássico do tradicional cinema ousado e estabeleceram, a época, o conceito de "efeitos especiais". Entretanto, ele era muito mais um mágico que um cineasta em si, e com o paralelo desenvolvimento da narrativa cinematográfica por outros cineastas e a falta de uma política capitalisadora por parte de seu estúdio, Mélies tornou-se, lentamente, obsoleto diante de cineastas como Murnau, Edwin S. Porter e David W. Griffith, que investiram pesado na narrativa e montagem . Ele terminou seus dias (após ter sua produtora falida, em 1913) vendendo pequenos brinquedos e jogos de mágica em banquinhas nas ruas de Paris, vindo a morrer em 1938.

Entretanto, essas primeiras experiências de Mélies eram vagamente cômicas, onde o ponto principal era entreter com os efeitos e maquinarias inventadas para realizar seus filmes (cenários gigantescos, luas com rostos, foguetes voadores e etc.). Foi só com o passar do tempo que o terror pode amadurecer e alongar-se, sofisticando o gênero e dando-o mais espaço. Com o tempo, novas obras começaram a surgir, tanto nos EUA como na Europa. Em 1910, Edison faz a primeira versão cinematográfica de Frankestein, (muito inspirada nas inúmeras adaptações teatrais da época). Em Frankenstein temos um tema agregado ao próprio conceito de cinema: O Dr. Frankestein, obcecado com a idéia de manipular o poder sobre a vida, constrói um experimento que o levará a sua ruína.

O cinema também era um experimento tecnológico, o final do século XIX, com seu impressionante e vertiginoso avanço (alavancado pela revolução industrial, seguido do desenvolvimento de máquinas mais potentes, motores a explosão, etc) impressiona e assusta as pessoas que não estão preparadas para lidar com as consequências éticas e morais dessas novas descobertas. Recentemente, também vivemos uma situação análoga e semelhante.

Com o desenvolvimento da engenharia de gens, ganhamos o poder de manipular o mapa genético do ser humano, o DNA está a nossa mercê, para que possamos criar quantos "transgênicos" quisermos. Assim como o Dr. Frankenstein, temos a oportunidade de "brincar de Deus" em nossas mãos, de manipular a vida, e a forma como ela virá a ser. Ao monstro a vida é dada, mas ele não passa de um tubo de ensaio, um experimento bem-sucedido do Dr. Frankestein. Um experimento que sente, sofre e chora, e se vinga de seu criador por esquecer disso.

O horror é visionário, e é o conto de terror que capturou de maneira consistente e expressou nossos medos e ansiedades coletivas. Filmes como Frankenstein mostram que, muitas vezes, o inimigo vem de dentro, e não do desconhecido. Essa é uma crítica a prepotência e arrogância do auto centrismo (característica tanto de pessoas como de organizações ou nações) que não admite questionamento ou reavaliação.

Um dos pontos marcantes do cinema de horror é o clássico "O Gabinete do Dr.Caligári", de Robert Wiene. Supostamente Wiene não teria passado de um diretor contratado (Fritz Lang, que mais tarde faria, no gênero horror, o imortal "M - O vampiro de Dusseldorff" deveria ter dirigido o filme, mas não pode devido a obrigações previamente assumidas). "Caligári" expõe o mais latente e forte horror da primeira metade de nosso século. Mas uma vez, o horror que vem de dentro, o horror que está entre nós, o horror da mente.

Com os desenvolvimentos da pesquisa psicanalítica e a publicação dos primeiros trabalhos de Jung e Freud, abre-se um novo campo de estudos na ciência humana: o subconsciente. Mas o que é esse subconsciente? O que é este suposto "inimigo" que mora dentro de nós mesmos e, pasmem, pode controlar nossas ações? Estas questões, e muitas outras, são levantadas.

Doenças de evidente origem mental como histeria e esquizofrenia agora são mostradas como resultados de distúrbios do cérebro, e não mais possessão por espíritos ou outras interpretações mitológicas. Mas isso levanta uma série de medos, pois se temos um subconsciente, temos uma parte de nossa psique que não está sob nosso controle, a mente é o nosso medo.
Caligári então se passa em um asilo, onde dois internos conversam. Toda a perspectiva do filme é irregular e inconstante. Os artistas contratados para pintar os cenários (membros do grupo avant-garde Der Sturm), fizeram jus ao mais sóbrio estilo expressionista alemão. As próprias paredes curvas e suas perspectivas incongruentes nos levam a uma comparação com o caos e a insanidade interior.

Cada curva é um distúrbio mental, cada sombra, cada cenário irregular é uma alegoria as neuroses psíquicas de nossa mente. A história de um interno de asilo que, conta sua narrativa através de sua visão distorcida e fragmentada do mundo, tecendo uma bizarra trama sobre um sonâmbulo e seu mestre maligno, impressionou muitos. O medo, em Caligári, vem do advento da psicanálise, vem dessa estranha descoberta de que nosso inimigo pode estar dentro de nós mesmos, de que somos controlados por algo que mora dentro de nós e se chama subconsciente, e a situação de imponência a qual essa constatação leva. O que aterroriza o homem do início do século vinte é a constatação de que ele não tem dominio total sobre sua mente. O Dr. Caligári pode ser visto como uma metáfora de nosso inconsciente em ação nos dizendo o que realmente queremos fazer, e obrigando-nos a faze-lo (assim como Cesare simplesmente TEM que obedecer aos comandos de Caligári, não há escolha).

A Europa havia acabado de passar pela traumática experiência da primeira guerra mundial, e a Alemanha, particularmente sofrida no evento (e retalhada pelas nações vencedoras) passava pela época mais terrível desde a sua unificação. Podemos também ver no filme uma crítica a essa guerra, onde há a sugestão que as autoridades era criminosos insanos, que exigiam que milhares de assassinatos fossem cometidos por soldados cegamente obedientes. Ao mesmo tempo, o filme quebra com o realismo e naturalismo vigentes no cinema até então (exceção feita a Mélies), com o cinema transcendendo o realismo fotográfico e ousando com imagens abstratas e irreais da arte moderna. Esse tipo de cinema, de certa forma, continua pouco explorado até hoje. Conrad Veidt ficou assutador como Cesare, com sua fantasmagórica maquiagem branca e roupa preta. Wiene fez um excelente trabalho, apesar de nunca mais conseguir obter o mesmo sucesso. Caligári é um marco do cinema, e um dos pilares do horror psicológico.

O expressionismo alemão rendeu excelentes frutos ao cinema de horror. Filmes como "Der Golem" onde um Gólem (especie de gárgula) de pedra ganha vida e sai cometendo crimes, ou "O estudante de Praga", história onde um jovem estudante faz um pacto faustiano com um mago (uma encarnação, ou variação do demônio?) em troca da boa e velha fama e fortuna, apenas para mais tarde ter sua alma cobrada.

Nos anos vinte já temos adaptações do clássicos como "O Corcunda de Notre-Dame", "Dr.Jeckyll e Mr.Hyde", "O Cão dos Baskervilles". Os anos vinte traçam a definição do gênero horror em duas vertentes: a americana e a européia. Nos EUA, o horror tinha um aspecto mais entretedor, enquanto que na Europa sua sutileza era usada para que fossem passadas mensagens mais comlplexas. Até Griffith fez filmes de horror, como "One Exciting Night," 1922, onde temos a exploração de uma casa mal-assombrada. Em Jeckyll e Hyde, produzido por Zukor (mais tarde dono da FOX) em 1920, podemos novamente ver o tema da psicanálise abordado através da investigação da dupla personalidade. O Doutor Henry Jekyll separa a o bem e o mal em sua personalidade, com um misteriosos experimento químico, criando assim a personalidade de um monstro.

Em 1921, temos o lançamento de Nosferatu, de Murnau, o primeiro dos grandes filmes de Vampiro. Sendo uma adaptação não-oficial de Drácula, de Bram Stoker, Nosferatu causou grande polemica ao ser lançado nos cinemas. Logo processado pela família de Stoker, um juíz inglês ordenou que todas as cópias do filme fossem destruídas. Felizmente a maior parte das cópias alemãs sobreviveu, deixando o legado que prova sua reputação como um dos maiores feitos cinematográficos da história. Toda a sexualidade reprimida do início do século está presente em Nosferatu. Seu desejo por sangue chega a ser sexual, o frenesi que o vampiro atinge após dar sua mordida pode ser entendido como o ápice de sua excitação sexual. Como ele se alimenta de sangue, não importando muito de aonde vem, temos ainda o seu lado andrógino e de sexualidade não definida, o vampiro alimenta-se tanto de homens como de mulheres, com igual apetite. Sua libido esta diretamente conectada com a mordida, e mesmo quem é mordido também passa por um momento de catarse, aceitação e prazer. Não resistir a violência e na verdade, de forma masoquista, deleitar-se com ela. O conceito de vampiro é sensual, o seu elemento, a noite, é um ambiente sexual. Muitos chegam ao exagero de dizer que Max Schreck, com sua pesada maquiagem, careca, levantando-se de seu caixão na transilvania absolutamente ereto representaria em si uma ereção.

Além do pesado terror Europeu, tivemos o surgimento da escola americana de terror do entretenimento. Filmes com o ator Lon Chaney (ou o homem de mil faces) como o "Fantasma da ópera, 1924" e "O Corcunda de Notre-Dame" (1923), "The magician", (1926). E "London after midnight" (1927). Estes filmes pavimentaram o caminho para a escola de horror do estúdio Universal, que iria seguir. Um horror mais leve, despretensioso e divertido, acessível ao público médio e assistível pela tradicional família americana. Filmes como "Bride of Frankestein", "Frankestein meets the Wolf Man", "The Mummy" (recentemente refilmado e estrondoso sucesso de bilheteria) , "I walked with a Zombie", (1943) e etc. que não lidavam com temas muito contestadores ou ousados, mas sim repetiam uma fórmula segura de sucesso. Marcaram as décadas de trinta e quarenta. Assim, surgiram atores e grandes nomes como Boris Karloff (que fez o imortal e estereotipado Frankestein de James Whale) e Bela Lugosi, o eterno Drácula da versão clássica (a primeira cinematográfica oficial) de Todd Browning, outro mestre do macabro.

Ainda no tema vampiros, temos o excelente "Vampyr" (1931), de Carl Theodore Dreyer, sendo a história de um jovem chamado David Gray que se envolve com duas irmãs, Leone, que aparenta estar morrendo de alguma doença misteriosa, e Gisele, que parece estar sendo mantida presa.
Estranhos acontecimentos envolvem o trio, quando Gray se da conta que elas estão sob o domínio de alguma estranha força. O filme é estranhamento contrastado, uma espécie de chiaroscuro, e novamente temos constante referências a sonhos e o inconsciente. David Gray, em certa cena, chega a sonhar com o seu próprio funeral, e nós espectadores podemos ver o mundo a partir de sua perspectiva enevoada dentro do caixão. Muitas outras sequências seguem essa linha abstrata e irregular de narrativa (aparentemente desconexas, existem diversas cenas que quebram o fio narrativo, como um sabá de bruxas, a visão curiosa de um homem de uma perna só e sua sombra, etc.) Novamente lidando com temas psicanalíticos em voga na época: sonhos reprimidos e desejos.

Em 1932 Todd Browning, o genial mestre do horror por trás de várias parcerias com o enigmático Lon Chaney e o Drácula de Lugosi, faz outro filme espetacular: "Freaks". Trata-se de uma colisão terrível da normalidade com a anormalidade. Em um circo, Baclanova, uma artista de trapézio, casa-se com um Anão, devido a sua riqueza, planejando envenena-lo com a ajuda de seu amante, o levantador de pesos Vitor. O anão faz parte da segregada seleção de anomalias do circo: a mulher barbada, gêmeos siameses, um hidrocéfalo, um homem completamente amputado que podia apenas usar a sua boca, uma mulher com o crânio subdesenvolvido. Enfim, os deformados, a seção de horrores do circo. Logo, entretanto, eles descobrem o plano de Baclanova, e mutilam-a com facas, numa dantesca cena de horror, lentamente transformando ela mesma (a mais bela das mulheres do circo) em uma aberração. O filme causou polêmica quando lançado (Browning usou aberrações, ou pessoas realmente deformadas) e foi proibido na Inglaterra por trinta anos. Browning apresenta uma visão humanista do mundo, usando o tradicional "julgar pelas aparências" como seu tema central. As aberrações são vistas como inocentes, vítimas de uma sociedade que não as tolera e as separa como um câncer. Nossa repulsa inicial torna-se lentamente, compreensão.

Na década de cinqüenta, após o fim da Segunda Guerra mundial, há o surgimento de um novo tipo de horror, e o terror gótico é levado ao esquecimento, nunca tendo ressurgido completamente (os livros e filme da escritora Anne Rice, "Entrevista com Vampiro" e suas seqüências são exceção). Com o uso das primeira bombas atômicas em seres humanos, temos um novo terror a ser explorado: monstros e mutações causadas pela radiação. Os Vampiros, Gólems, Sonâmbulos, Castelos mal assombrados e Demônios do passado são substituidos pelo medo da radiação, da ciência descontrolada, da tecnologia, fora de nosso domínio, imprevisível. Mas como justificou o diretor Dreyer, "quero criar um pesadelo acordado, e mostrar que o horrível não esta ao redor de nós mas em nossa própria mente inconsciente". Nosso medo dos cientistas loucos, vampiros, lobisomens e monstros não passa de medo de nós mesmos, da imprevisível mente humana.


Referências

Sites
Inúmeros Websites e resenhas de filmes de horror na internet. Alguns dos mais relevantes seriam:

<http://www.horrormovies.com> - Site com muitos links, artigos, resenhas, histórias, sons e imagens ligadas ao cinema de horror
<http://www.houseofhorrors.com> - Outro excelente site com muita informação no cinema de horror.
<http://www.imdb.com>- Site com centenas de resenhas e links para os mais variados filmes (provavelmente o mais completo da Web, com links interessantes e boas resenhas dos clássicos de horror)
<http://www.drcasey.com> - Mais um site com inúmeros links e textos sobre a arte e o horror (pintura, escultura, filmes, literatura, música, teatro, etc)
<http://www.edhouse.clara.net> - Ghoul Brittania, especializado em filmes de horror feitos no reino unido, desde o século passado até hoje.

Revistas

Filmfax - Excelente publicação norte-americana sobre o cinema de horror, especializada em clássicos e filmes B.
Fangoria - Tradicional revista norte americana, publicada desde o fim da décade de setenta. Cobre o cinema de horror mais comercial.
Psico Video - Publicação nacional que, infelizmente, durou apenas dois números. Muito bem escrita, com artigos relevantes ao tema e bem pesquisados, fez matérias profundas sobre o tema. Editora Nova Sampa, 1995.
Chiller Theatre - Mais uma revista (com aspecto de fanzine) norte americana. Belas fotos em cerca de 100 páginas a cada número. Chiller Theater inc.

Livros

The Rise & Fall of the Horror Film - Excelente livro do Dr. David Soren. Ligeiramente datado (foi originalmente publicado em 1977) mas com uma pesquisa muito interessante, comparando o gênero horror com a estética Dada, assim como o surrealismo e o simbolismo.

Dança Macabra / (Dance Macabre, 1981, Editora Francisco Alves) - Livro do escritor Stephen King onde ele explora toda a influência do horror americano na sociedade, traçando um verdadeiro ensaio sobre a cultura "horrorísta" norte-americana e seu horror na literatura e cinema.

O Horror Sobrenatural na Literatura (Supernatural Horror in Literature, Francisco Alves, 1987. Originalmente escrito e publicado em 1927, tendo sua edição atual publicada em 1945) - Livro escrito pelo mestre do horror "indizível", Howard Phillips Lovecraft. Uma das primeiras análises da literatura de horror mundial, este pequeno ensaio é um marco no que tange ao uso de uma abordagem sóbria e abrangente. Lovecraft entra em detalhes, falando desde desconhecidos autores do século VIII até finalmente discorrer sobre seu grande mestre, e, seguido de Lovecraft, provavelmente o maior escritor do sobrenatural americano, Edgar Alan Poe.

The Overlook Film Encyclopedia - Horror. Overlook Press, 1992 editado por Phil Hardy. - Maciça coleção de dados sobre todos os tipos de filme de horror, desde o século passado, incluindo países pouco comuns no gênero como o Brasil (Zé do Caixão tem destaque em várias resenhas).
Legendary Horror Films. Metrobooks, 1995 Peter Guttmacher - Belo livro ilustrado retratando o cinema de horror desde suas origens.



*Joaquim Ghirotti
é estudante de cinema da FAAP


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Edgar Allan Poe e o cinema gòtico


Os chamados schauerfilme ("filmes horripilantes") tiveram origem na Alemanha e foram rodados entre a humilhação do país diante da derrota da Primeira Guerra Mundial e a ascensão do poder nazista na década de 30. A abordagem do schauerfilme, emprestada do teatro e da literatura, foi a mesma do expressionismo, na qual o clima e o psicológico eram mais importantes do que o realismo. O maior retrato expressionista é o conhecido O Gabinete do Dr. Caligari, lançado em 1919. Trata-se da "visão do mundo de um louco" e conta a história de um sinistro hipnotizador (Caligari), que exibe em sua cidade um sonâmbulo (Cesare), anunciado como capaz de prever o futuro. O homem "prevê" a morte de um dos espectadores, um estudante. Caligari força a realização da profecia, conduzindo o sonâmbulo para assassinar o estudante. Carl Mayer, co-autor do filme, diz: "Caligari representa os líderes insanos que enviam as massas submissas (retratadas pelo sonâmbulo) para matar e morrer na guerra".
Porém, antes mesmo deste clássico, o escritor Edgar Allan Poe já influenciava o cinema americano com seus poemas um tanto quanto darks. A primeira tentativa de se fazer um cinema denominado gótico é de D. W. Griffith (The Avenging Conscience, 1914). O filme utilizava o argumento de The Tell – Tale Heart, um conto clássico de Poe, que fala sobre a culpa de um anti-herói envolvido num grande esquema de assassinato.
Edgar Allan Poe nasceu em 19 de janeiro de 1809. Filho de dois atores itinerantes, viveu trágicos momentos, pois seu pai, David Poe, o abandonou ainda cedo, e sua mãe, Elizabeth, morreu em sua presença antes dele completar seus 3 anos de idade. Talvez por isso ele encarasse a vida como uma performance, qualquer pequena crise era motivo para grandes melodramas. Poe levou a literatura gótica ao universo psicológico. O sinistro de seus contos girava muito mais em torno de desequilíbrios mentais do que em forças sobrenaturais. Contos de horror com sátiras inteligentes, um clima estranho e uma sensação de não saber ao certo se "é pra rir ou pra chorar". E o escritor Poe levou seu universo gótico às telas de cinema também.
Os assassinos da Rua Morgue, de 1932, conta a história de um cientista sádico, interpretado por Bella Lugosi, ator austríaco também conhecido pela caracterização do famoso personagem Drácula. Mas o filme deve mais a O Gabinete do Dr. Caligari do que ao conto de Poe. Dois anos depois, em 1934, outra tentativa de adaptação de uma obra de Poe, O gato preto, menos semelhante que Os assassinos da rua Morge porém um clássico cult dirigido por Edgar G. Ulmer.
É em 1960, com a união dos atores Vicent Price e Roger Corman, que as obras de Edgar Allan Poe se tornam filmes ícones do cinema gótico. Price e Corman refilmam A queda da casa de Usher, produzido na França, em 1928, pelo polonês Jean Epstein. Lorde Roderick Usher vive preocupado com a saúde da esposa, ela morre e é enterrada, mas ele acredita que ela apenas permanece adormecida e, a partir daí, fatos estranhos acontecem em volta da casa.
A parceria dos dois deu tão certo que Roger Corman resolve produzir o terror de Allan Poe em 7 filmes conhecidos como "Ciclo Poe". Em 1960 filmam O Solar Maldito; em 1961, A Mansão do Terror – adaptação de O Poço e o Pêndulo; em 1962, Muralhas do Terror – inspirado em 3 contos de Poe (Morela, O Gato Preto e O Caso do Sr. Valdemar); em 1963, O Castelo Assombrado; em 1964, Orgia da Morte, dito seu melhor filme. E também em 64 é rodado O Túmulo do Sinistro, baseado no conto Ligéia. Mesmo dirigindo quase sem dinheiro e subestimado por grande parte da crítica da época, Corman persistiu. Especialista em filmagens de baixo custo, reaproveitava cenários de um filme para o outro e os produzia em uma semana. O diretor dirigiu 43 filmes nos primeiros 10 anos de carreira e produziu mais de 3 centenas desde 1955. E, mesmo custando uma ninharia, faziam tanto sucesso nos drive-ins dos anos 50, que produziam o milagre da multiplicação. Ele continua trabalhando até hoje (já cheio da grana...)
Mas as influências de Edgar Allan Poe não morreram nos anos 60.
"Quando era jovem, eu tinha duas janelas no meu quarto, janelas ótimas, que davam para o gramado e, por alguma razão, meus pais cobriram as janelas com tijolos e me deram uma janelinha que não passava de uma fenda na parede, e eu precisava subir na escrivaninha para ver o que havia lá fora (...) Naquela época, não perguntei por que eles fizeram aquilo. Então, comparei essa experiência com um conto de Poe em que uma pessoa era emparedada, enterrada viva, para poder falar a respeito dessa época."
O nome do garotinho que disse tal frase é Timothy William Burton, mais conhecido como Tim Burton. O famoso diretor de Edward Mãos de Tesoura começou sua carreira com um curta-metragem de animação em stop motion chamado Vincent. O curta, de 6 minutos, é uma autobiografia de Burton e, de forma muito interessante, repete citações dos filmes de horror estrelados por Price (que narra a animação), assim como passagens de contos e poemas originais de Allan Poe. O filme combina também um visual de O Gabinete de Dr. Caligari com versos anárquicos de Dr. Seuss em O Gatola da Cartola.
E Poe continua a influenciar o cinema de horror e a cultura gótica. Um exemplo é a animação não muito conhecida, Lenore. A personagem já existia no mundo dos quadrinhos há um bom tempo, mas, com o advento da internet, tornou-se interessante transformá-la em um ser animado. O nome de seu criador é Roman Dirge, e a menininha que esbanja um grande humor negro é personagem famosa de um conto de Poe, O Corvo. A linda menininha de cabelos loiros que adora brincar com bonecas e animaizinhos parece ser uma garota comum, com uma "pequena" diferença: ela é uma morta-viva.
Assim, podemos perceber como Poe influenciou várias gerações não só de importantes autores literários, mas também de tantos diretores e produtores de cinema de horror e gótico.


Por Débora Castro Cabra (Adaptado por Spectrum)


MATÈRIA TIRADA DO SITE SPECTRUM GOTHIC !
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